Bendita mala
Após 8 horas dentro de um ônibus, com um companheiro que fez questão de deixar a luz acessa e reclamar o trajeto todo, finalmente, às quatro da manhã, chego ao meu destino. Olá novamente, Londrina – PR.
Já no desembarque eu sabia que o dia iria começar “bem”.
A última mala a ser entregue foi a minha. A escada rolante estava desligada, logo, restava a escada convencional e eu me matando pra agüentar o peso da mala sem sair rolando escada a baixo. Tive que esperar um táxi por uns 10 minutos (em uma situação normal ok, mas as 4 a .m. sozinha na rodoviária não é nada bacana).
Eba! Cheguei ao prédio, agora é só atravessar todo corredor (desvantagens de morar no último ap. do último bloco). Adivinha? A rodinha da mala quebra! Ótimo! Não preciso de mais nada agora. Meu único pensamento? “Por favor que ninguém acorde. Por favor que ninguém acorde e queira me estrangular”. Ufa, já atravessei metade. Adivinha? Uma menina surge na janela com uma expressão de “o que está havendo?”. Minha primeira reação? “Desculpa moça! Não queria mesmo te acordar! Minha mala quebrou e eu to arrastando ela! Desculpa de novo”. Ela se oferece pra me ajudar, e a amiga de quarto foi junto. Ajuda é sempre bem vinda.
Dia seguinte: O peso na consciência por ter dado trabalho a duas pessoas que eu nunca tinha visto na vida foi grande. E agora? Vou até o ap. delas agradecer novamente, é o mínimo que posso fazer. Paro no corredor do prédio e tento achar a janela em que a menina apareceu. Toco a campainha, nem sinal, toco novamente e um “já vai” é ouvido. Uma delas abre a porta, eu toda sem jeito agradeço e peço desculpas mais uma vez.
Terceiro dia: Eu estudando e ouvindo música, toca a campainha, minha vez de gritar “já vai”. Abro a porta e na mesma hora as duas gritam “finalmente te achamos!”. Pegamos o número de celular umas das outras e marcamos de nos encontrar no ap delas.
Menos de 1 mês depois: nos vemos todos os dias, somos realmente amigas, já viajei pro Paraguai com a Carol e a família dela, já conheci a mãe da Fabiana … e já reparei que um dia sem elas é tempo demais.
Moral da história?
Eu nunca imaginaria que um dia que começou péssimo pudesse mudar toda a minha vida. Quando tudo der errado, lembre-se:
Deus escreve certo por linhas tortas.