Poltrona 13
O número 13 sempre foi sinônimo de azar, mas como sempre nadei contra a corrente, acredito que ele me trás uma boa dose de sorte.
É comum eu pegar a estrada de ônibus, e sempre que possível, adivinha qual o número da poltrona? Sim, além de ser a poltrona da janela (onde eu me aninho bem mais fácil), sempre traz uma pessoa simpática ao lado, que ficará marcada em mim.
Há uns 3 anos, na minha primeira viagem na poltrona 13, fiz amizade em 5 horas de viagem com o um moço cujo qual eu nunca saberei o nome. Conversamos o trajeto todo, até dividimos a mesa do posto no almoço, simpatia em pessoa. Talvez seja culpa da minha péssima memória, talvez pelo simples fato de sentir como se já o conhecesse há muitos anos, não me ocorreu em momento algum perguntar alguma forma de contato, nem sequer o nome.
A minha última viagem na poltrona 13 me rendeu outra boa história. Quando a vizinha de poltrona entrou, dois pontos a frente do meu, sinceramente não fiquei muito feliz, acabou a folga de dormir nos 2 bancos. Não trocamos nenhuma palavra por 2 horas. Voltei da parada no posto e ela me ofereceu o iogurte, eu ri e agradeci. Começamos a conversar, falamos mal dos outros passageiros – inevitável quando uma senhora não parava de tagarelar já fazia horas – e fizemos amizade. Dessa vez não dei bobeira e adicionei-a no facebook assim que soube seu nome. Mantivemos contato e sou feliz por tê-la conhecido.
Moral da história? De uma chance para quem está a sua volta se aproximar, todos os amigos de hoje já foram um estranho antes, além de render boas histórias e bons amigos.
“Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas (…) E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida.”
Cora Coralina