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Seis Pontos

– 6 pontos

Foi nessa hora que meus olhos se encheram (involuntariamente) de lágrimas. Seis pontos. S-e-i-s.

Sessenta por cento da nota do bimestre de uma das minhas matérias favoritas foram pelo ralo quando percebi que não teria tempo de entregar nada.

Para alguns, seria normal, para outros seria só “tirar umas fotos quaisquer”, mas pra mim nunca foi assim. Ter notas baixas ou pegar dps em disciplinas que eu não gostei – eu choro mas sobrevivo. Agora, ir mal em uma das minhas favoritas – fotojornalismo – é como uma tortura medieval sendo customizada para os dias atuais e, mais precisamente, para o ambiente universitário.

Acontece? É claro, sempre acontece, principalmente com aqueles que tentam abraçar o mundo sozinhos.

Infelizmente eu nunca fui mulher de pouca intensidade. Quando eu faço, eu faço. Quando eu quero, eu quero. Quando eu amo, eu amo. Só que isso também traz dois resultados extremos e opostos:
Quando eu consigo, eu consigo.
Quando eu falho, eu falho miseravelmente.

Talvez seja só um jeito do mundo me dizer: ei garota, vai com calma. A piscina em que você está pulando é muito mais rasa do que você pensa. Mas desde quando eu dei ouvido ao que o mundo tentava me dizer?

E agora? Me resta esperar que o mundo não seja tão cruel como dizem por aí. Já sei que esta será uma disciplina de uma primeira vez:

  • ou a primeira disciplina a ser trancada por eu simplesmente não dar conta;
  • ou a minha primeira dp;

É bem simples, uma bifurcação onde sou apenas a marionete do departamento que lerá meu requerimento de exclusão e me guiará por qualquer um dos caminhos – preferencialmente o primeiro, em minha mera opinião.

Talvez, no fundo, ainda haja esperança para que a bifurcação seja na verdade tríplice – com um caminho escondido que me leve a conseguir passar na matéria, mas que me resta senão esperar e, quem sabe, finalmente aprender que uma só pessoa não abraça o mundo, não importa quão longos forem seus braços, quão boas sejam suas intenções. Simplesmente não dá.

Quem sabe esse desespero que me afoga seja um ato desesperado do mundo tentando me ensinar a ter calma, a conhecer os meus limites, a entender que por mais que eu queira, o dia só tem 24 horas.

Se eu realmente aprendi, só o tempo irá dizer. Todavia, garanto que a sensação desagradável que a falha me proporcionou foi o suficiente para meu consciente não querer lotar a agenda por um bom tempo. Quanto tempo? Não sei.

Só espero que seja tempo o suficiente para conseguir cumprir minhas tarefas e me sobrar um pouquinho para escrever sobre os exageros, as faltas e o caos que a vida carrega em sua essência.

– 6 pontos.

Seis pontos a menos na faculdade e muitos a mais na escola da vida.

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