Eu sei, já lhe disse isso, mais de uma vez, já me passei por ridícula várias vezes, e mais que tudo isso, já repeti pra mim mesma inúmeras vezes o que eu sinto por ti, ou de um ponto de vista diferente, o que eu provavelmente deveria evitar sentir, ou fazer melhor que isso, não sentir.
Quem me vê, não faz idéia de como é sofrido o que eu passo, desde que me conheço por gente, é da minha natureza ser rígida, não demonstrar sentimentos, para quem sabe, me machucar menos, pois em minhas pouquíssimas exceções dei com a cara no muro, e fui a única a me machucar nessa brincadeira; e claro, como já se deduz sou eu quem está chorando agora.
“Como se ela não tivesse suportado sentir o que sentira, desviou subitamente o rosto e olhou uma árvore. Seu coração não bateu no peito, o coração batia oco entre o estômago e os intestinos”.
Clarice Lispector certamente me definira nesse momento.
É nesse amor meio infantil que eu me apego pra me sentir viva, amor de frases soltas, de brincadeiras com duplo sentido, de uma saudade gigantesca pelo simples fato da distancia nos separar, de nada assumido, e afinal, o que assumiríamos? Uma amizade colorida? Um amor que nasceu sem permissão prévia?
Não dei por mim que uma amizade sadia ia chegar a um amor do qual não consigo conter, e que esse amor, traria junto, o seu ‘lado negro’, porque o ciúmes certamente, todos nós sabemos, é um sintoma de amor, porém, nada impede de um lado ainda mais cruel surja, o ódio.
E você se pergunta: ódio? Como assim ódio? Nenhuma pessoa apaixonada, em são consciência, traz o ódio consigo; mas que verdade seja dita, existem vários fatores que à acarretam: distancia, outras pessoas tentando chamar sua atenção, incerteza, saudade, ciúmes …
Sabe, não venho por meio deste, lhe pedir um amor sincero, de peito aberto, nem tão pouco que você deixe de viver o que lhe é direito, mesmo porque, amor não se mede em palavras, é algo para que se sentir, se viver. Olho no olho, amor carnal.
Mas isto não me impede de pedir, não só para que não pense ‘meu deus, quanta baboseira’, e simplesmente pense que tudo isso é um jogo; mas para que não duvides deste amor, para que não se mantenha como alguém indiferente.
Sabe qual a maior ironia em tudo que escrevi? Eu, particularmente, sempre brinquei com o fato de ‘eu tenho dedo podre pra homem’, até onde eu sei, não dou uma dentro! haha e ainda assim, mais de uma vez, vi em algumas as amizades que não tinham segunda pretensão, nascer um amor, e este, vim acarretado de outros tantos sentimentos; e ainda essa semana, um tema que me foi dado como sugestão para esse blog foi ‘amor, ódio e amizade’, acredite, foi só olhar pra mim mesma, que o texto nasceu.