Revirando memórias
Sempre ouço que todos tem vontade de voltar para a infância e reviver bons momentos, não tenho vontade de voltar no tempo nem nada assim, mas no dia da saudade é impossível não ter aquela sensação nostálgica de tudo que se quer reviver, ainda que tenha acontecido aos seus 5 anos de idade. Todas e quaisquer boas memórias entram para a contagem de lembranças e nos deixam ainda mais saudosos.
Sinto uma falta enorme de passar os finais de semana tentando seguir meus primos em todas suas peripécias (e quase sempre me machucando ao tentar), sinto falta da disputa acirrada entre todos os netos pelo prêmio máximo de lamber a bacia ainda com a massa de bolo da minha vó, sinto falta do cheiro de piscina das aulas de natação do meu primo (eu sempre o acompanhava), não faço ideia de por quê tiraram Disney Cruj do ar – todas minhas manhãs de finais de semana se resumiam nisto, me lembro de como foi fantástico passar um final de semana na praia somente com meu pai quando pequena, lembro de passar mais tempo com a moça que trabalhava em casa do que com meus pais e sempre questioná-los por quê o trabalho era tão mais importante do que eu, sinto falta de não ter meus avôs comigo – ainda que não tenha convivido com eles, sinto falta de acompanhar meu primo nos seus ensaios de banda – mesmo não gostando de como eles tocavam, não consigo esquecer todos os tombos que levei – e não digo isso somente pelas cicatrizes em minhas pernas, sinto saudades de andar de minibugie e mini-moto dos meus primos (não, eu não dirigia, pois não queria morrer), sinto falta de como era fácil decidir “viajar agora” para qualquer lugar – sempre era decidido na loucura e saímos logo após as malas prontas, sinto falta dos sábados de sol no clube com direito a presença ilustre do meu tio Carlos me chamando de “chiquita bacana” (luto eterno), sinto saudades de todas as festinhas improvisadas que eu adorava inventar e depois todos dormiam no meu quarto brigando pelo edredom para se “proteger” do ar-condicionado (que nos recusávamos a desligar)… São tantos pequenos momentos carregados de boas lembranças que não cabem em um único texto.