Sobre Palavras E Significados
Vejo e revejo os prints guardados em back ups, era do MSN e do Orkut. Do depoimento e do “te considero pakas”. Das palavras que mais existiam e menos valiam. Penso e repenso. Se cada uma delas fosse, mesmo que minimamente, verdade, eu teria amado e odiado tantos, sido amada e odiada por outros tantos. Palavras, apenas palavras?
Não sei se é coisa de maturidade, de aumento de raciocínio ou só uma nova forma de ver a vida. Eu só sei que não, não é preguiça de chamar alguém de amigo, de amor ou de irmão. São palavras curtas e, na verdade, me facilitaria usá-las. Mas a questão é que as palavras, depois de um tempo, deixaram de ser só palavras.
Com o tempo, alguns dias, alguns anos, as palavras e seus significados se tornaram ainda mais intrínsecos pra mim. As palavras deixaram de ser apenas grafias para se tornarem pequenos barcos, carregados com histórias, pesos e significados em cada uma de suas letras. As palavras valem e pesam.
Cada qual tem seu lastro, seu valor, variante para cada indivíduo, para cada contexto, para cada história. Cada expressão se tornou essencialmente diferente. Um “sinto sua falta” se difere de “estou com saudades” tal qual um “sim” se difere de “é, pode ser”. Cada peso, cada tom, cada som se propaga em diferentes vias e formas pelo meu corpo, pela minha alma.
Se é frescura, falta do que fazer ou chatice, eu não sei. Tudo que posso saber é aquilo que eu sinto ou mesmo deixo de sentir. Tudo o que posso saber é aquilo que passa e se entranha por mim. Tudo o que sei é o que passo e passei. Tudo o que sei é que, hoje as palavras me valem muito mais que alguns anos atrás. Tudo o que sei, é que se digo, o faço com a certeza de saber o que se esconde por trás de cada palavra.